Hefesto acorrentando Prometeu |
Prometeu por sua vez, como castigo eterno, foi acorrentado a uma rocha no Cáucaso, onde seu fígado era devorado cotidianamente por uma águia, apenas para vê-lo regenerar-se durante a noite, segundo a lenda, devido à sua imortalidade. Anos mais tarde, o herói grego Héracles (o Hércules romano) abateria a águia e libertaria Prometeu de seus grilhões.O mito de Prometeu apareceu pela primeira vez na Teogonia (versos 507 a 616), obra do poeta épico grego do fim do século VIII a.C., Hesíodo. Filho do titã Jápeto com Clímene, umas das oceânides, era irmão de Menoécio, Atlas e Epimeteu. Na Teogonia, Hesíodo descreve Prometeu como um desafiante inferior à onipotência e onisciência de Zeus. Num célebre episódio, durante um banquete destinado a selar a paz entre mortais e imortais, Prometeu foi responsável por aplicar um estratagema em Zeus (545-557), ao colocou duas oferendas diferentes diante do deus olímpico: uma delas consistia de uma seleção de carne escondida dentro de um estômago de boi (alimento escondido dentro de um exterior repulsivo), enquanto a outra consistia dos ossos do boi totalmente envoltos em "reluzente gordura" (algo impossível de ser consumido dentro de um exterior atraente). Zeus escolheu a segunda, abrindo assim um precedente para os futuros sacrifícios, e a partir de então os humanos teriam passado a ficar com a carne dos animais que sacrificavam, dedicando aos deuses apenas os ossos, envoltos numa camada de gordura. O truque enfureceu Zeus, que retirou o fogo dos humanos como forma de retribuição. Prometeu, por sua vez, roubou o fogo dentro de um gigantesco caule de funcho, devolvendo-o à humanidade. Isto enraiveceu ainda mais Zeus, que enviou Pandora, a primeira mulher, para viver com os homens.Forjada por Hefesto a partir do barro, e trazida à vida por obra dos quatro ventos, todas as deusas do Olimpo reuniram-se para adorná-la. "Dela descende a geração das femininas mulheres", escreveu Hesíodo, "dela é a funesta geração e grei das mulheres, grande pena que habita entre homens mortais, parceiras não da penúria cruel, porém do luxo."
Hesíodo abordou novamente a história de Prometeu em sua obra Os Trabalhos e os Dias. Nela, o poeta fala com maior detalhe da reação de Zeus ao roubo do fogo. O deus olímpico não apenas retira o fogo dos homens, mas também os "seus meios de subsistência" . Não tivesse Prometeu provocado a ira de Zeus, "comodamente em um só dia trabalharias para teres por um ano, podendo em ócio ficar; acima da fumaça logo o leme alojarias, trabalhos de bois e incansáveis mulas se perderiam." Hesíodo também expande a história da primeira mulher, citada na Teogonia, chamando-a agora explicitamente de Pandora . Após Prometeu roubar o fogo, Zeus envia-a aos homens como retaliação; apesar dos avisos de Prometeu, seu irmão Epimeteu aceita o "presente" dos deuses. Pandora então abre a jarra que trazia consigo, de onde saíram "males, difíceis, trabalhos, terríveis doenças que ao homem põem fim." Pandora fechou a tampa da jarra tarde demais, e não pôde evitar que todos os males saíssem de lá; porém a esperança ainda permaneceu ali.
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